sábado, 27 de dezembro de 2008

Happy hour (ário)

Os trabalhadores da Câmara de Mafra vão, a partir de Janeiro, deixar de trabalhar à sexta-feira, embora o horário de trinta e cinco horas semanais continue a ser cumprido. Segundo a autarquia mafrense “esta modalidade de horário flexível contribui para promover o apoio social aos trabalhadores, permitindo a conciliação da vida profissional e familiar, disponibilizando tempo para a resolução de questões pessoais e a redução de custos em transportes e alimentação fora de casa”.

Contra tão arrojada medida rapidamente se levantou um coro de protesto. Argumentos, por norma mesquinhos e carregados de sentimentos de inveja, não têm faltado aos opositores desta decisão. Principalmente porque ainda recentemente esteve em discussão no parlamento europeu a possibilidade de alargar o horário de trabalho até às sessenta e cinco horas semanais e porque há já quem pretenda que mais alguns serviços dos municípios venham, num futuro próximo, a estar abertos aos sábados.

Medidas deste tipo apenas suscitam polémica porque envolvem trabalhadores da área técnica e administrativa. Em muitos municípios, talvez na maioria, os grupos de pessoal operário e auxiliar praticam há muitos anos a jornada de trabalho continua - seis horas por dia, cinco dias por semana – e isso não parece incomodar os espíritos que se mostram agora tão escandalizados. Mesmo que a dita jornada comece às oito e trinta, termine à uma e meia da tarde e inclua transporte à borla de e para casa.

Com as autárquicas no horizonte é provável que venham a surgir propostas que visem alterar o horário de funcionamento dos diversos serviços municipais em muitas autarquias do país. Quer no sentido do concentrar em menos ou de o alargar em mais dias de trabalho. Aos defensores da última opção recordo o exemplo de algumas Câmaras que, durante um ou dois anos, resolveram estar abertas no período de almoço e que, nesse horário, atendiam um munícipe de três em três meses...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Autárquicas 2009 (Os retornáveis)

São muitos os ex-Presidentes de Câmara que já anunciaram a intenção de se candidatarem aos seus antigos lugares nas próximas autárquicas. Assim de repente lembro-me de dois. Narciso Miranda e Pedro Santana Lopes. Estes dois figurões, com a sua recandidatura e provável retorno à ribalta autárquica, farão com que o debate político se torne muito mais animado e o anedotário nacional muito mais rico.

Narciso candidata-se como independente. O seu partido tem outras prioridades, outros candidatáveis e aquele que se considera como um homem simples (que em tempos teve uma sondage que lhe dava uma vantage...) começou já a animar as hostes criticando as frequentes visitas ministeriais a Matosinhos. Segundo ele é um corrupio de ministros e secretários de estado em direcção aquela terra, sem que se saiba ao certo o motivo de tanta visita. Adianta o ex-presidente que uma dessas deslocações terá servido para uma ministra inaugurar um elevador. Por mim nem me parece mal. Sou até de opinião que é sempre bom ter ministras que façam elevar coisas. Embora, também nesse aspecto, o governo seja uma verdadeira desgraça.

Quanto a Santana Lopes, impôs a sua candidatura em Lisboa e promete construir mais uns quantos túneis na capital do reino. Obras em que o homem se especializou no mandato anterior que, recorde-se, deixou a meio para mal do país. Ora, como se sabe, os túneis são lugares perigosos. Que o digam todos os que são forçados a passar pelo da Luz ou do Dragão, para apenas mencionar os mais famosos. Assim sendo, parece começar mal a sua tentativa de voltar à Câmara Municipal de Lisboa. Facilmente poderá ser acusado de fomentar a insegurança, de promover jogadas subterrâneas ou quem sabe até ser apelidado de toupeira política...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Post de Natal

Desejo a todos os leitores deste blogue um Natal muito alegre, feliz e com muita saúde! E, já agora, com muitos doces e muitas prendas, também.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Indignaçãozinha

A quadra que atravessamos não é especialmente propícia a indignações. Ainda assim estou indignado. Mas relativamente menos do que me indignaria numa qualquer outra época do ano.

Hoje, ao final do dia, de regresso a casa, cruzei-me com um cão de raça perigosa. Não percebo grande coisa de marcas de cães mas acho que se tratava de um rotweiler. Passeava-se completamente sozinho pela rua sem que os donos, uma pacata – fica sempre bem usar esta expressão - e normalíssima família, se encontrassem pelas imediações. É verdade que o animal não me ligou nenhuma. Creio até que manifestou um profundo desprezo pela minha presença. Mas, ainda assim, não gostei nada deste encontro.

Com um animal deste género não pode nunca existir qualquer tipo de descuido. São frequentes os casos de ataques de cães destas raças a pessoas, quase sempre causados por distracções que, não raramente, se revelam fatais.

Podia ainda questionar o que motiva uma normalíssima e pacata família a ter um bicho destes em casa. Mas não me apetece. É Natal e afinal a minha indignação não está em patamares assim tão elevados.