sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Apoiar caloteiros? Não, obrigado!

Não comungo da ideia, que se tenta fazer passar para a opinião pública, segundo a qual as taxas de juros praticadas pelos bancos na concessão de créditos estão extraordinariamente elevadas. Nomeadamente no que diz respeito ao crédito à habitação.

Para além de lidarem mal com os números e revelarem uma notória dificuldade em fazer contas, os portugueses denotam uma falta de memória confrangedora. As taxas de juro nos anos oitenta, mesmo para compra de casa e já deduzidas de todas as bonificações que então o Estado concedia, escreviam-se com dois dígitos. O que, para quem tenha fracas noções de aritmética, significa que eram sensivelmente o dobro daquilo que são hoje.

Possivelmente, muitos daqueles que têm dificuldades para cumprir com o pagamento das prestações adquiriram casas de dimensões e preços desajustados do seu rendimento. Não contentes com isso terão recorrido ao crédito para comprar uns quantos bens, de que provavelmente nem necessitariam, ou apenas para satisfazer caprichos e futilidades.

Nestas circunstâncias, desagrada-me que alguns exijam do governo medidas de apoio a estas pessoas. Parece-me pouco sensato, e é seguramente injusto, ser agora o Estado, ou seja todos nós que não temos culpa nenhuma, a suportar os desvarios, vaidades e manias de uns quantos caloteiros que andaram durante anos – e alguns ainda continuam – a armar ao pingarelho.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

C'um ...alho!

Encontrar fruta, legumes ou outros produtos de origem nacional nas superfícies comerciais é tarefa difícil e exige uma aturada busca se o cliente persistir em não voltar para casa com produtos oriundos de outras origens. Actualmente quase tudo é proveniente do estrangeiro, a maior parte de Espanha, e isso não causa problema de maior à generalidade dos consumidores até porque praticamente ninguém conversa com a comida ou respectivos ingredientes. Excepto, talvez, o engenheiro António Guterres que manifesta uma estranha tendência para dialogar com tudo o que lhe apareça à frente.

A coisa está, no entanto, a ir longe de mais. Estão a ser importados produtos de países onde o controlo da qualidade alimentar é uma miragem, os métodos de produção são muito pouco fiáveis e consequentemente merecem da parte do consumidor uma elevada dose de desconfiança. É por isso que, pelo sim pelo não, estes alhos produzidos na China e adquiridos no Pingo Doce de Estremoz terão outro destino que não o meu prato. Não é por nada, mas…da próxima vez vou estar mais atento ao rótulo!