quinta-feira, 10 de abril de 2014

Não, não acho bem isso de aumentar o salário mínimo.

Quem tem a paciência de me ler com alguma regularidade sabe que sou contra os baixos salários, os cortes, os impostos elevados e todas essas coisas que contribuem para um fraco poder de compra e uma baixa qualidade de vida. No entanto, pela forma como se pretende implementar a medida, não concordo com o aumento do salário mínimo nacional. Não agora. Não nestas circunstâncias.
Será uma opção muito popular. Melhorar o rendimento de quem ganha menos é uma coisa simpática. Mas tomar decisões motivadas pela emoção não é boa ideia. Principalmente quando, como é o caso, em causa estão questões relacionadas com dinheiro. Daí que o estranho consenso que rodeia este assunto não deixe de me surpreender. É que, não sei se alguém ainda se recorda, há pouco mais de três meses foram feitos cortes brutais nos ordenados e, mais dia menos dia, o cenário vai repetir-se. Em vencimentos, recorde-se, a partir de seiscentos e setenta e cinco euros. Pouco acima, portanto, daquilo que agora pretendem aumentar. Parece, mas pelos vistos é só a mim, que é capaz de existir aqui alguma inconsistência...
Há, depois, outra questão provocada pelo aumento do SMN que ninguém discute. O aumento da despesa pública que alguém vai ter de pagar. É que no Estado existe muita gente com vencimentos entre os quatrocentos e oitenta e cinco e os quinhentos ou quinhentos e quinze euros que se pretendem como novo valor do SMN. Que, naturalmente, terão de ver as suas remunerações actualizadas. 

6 comentários:

  1. eu nem sequer acho bem haver salário mínimo...mas isso é outra conversa

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    1. Com outro tipo de patronato era gajo para concordar, mas com patrões broncos e trapaceiros como temos por cá...

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  2. Caramba, KK, mas alguém consegue viver com €485? Quando em Lisboa pedem por um simples apartamento T1 a quantia de €500. Nada de luxo, algo do mais modesto que se possa imaginar. Pretendem o quê? Que as pessoas vivam debaixo da ponte ou eternamente em casa dos pais?

    Estamos a falar de pessoas. Da sobrevivência de pessoas. Pessoas não são números. As pessoas precisam de comprar comida, precisam de pagar água, luz, gás... por falar em gás, vai na volta um dia destes voltam a usar a câmara de gás para se livrarem de pessoas. Assim não precisam de lhes pagar a fortuna de €485 e a dignidade a peso de ouro. Já faltou mais...

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    1. Não é isso que está em causa. Toda a gente, pelo menos a de bom-senso, concordará que 485 euros é uma miséria. O que me baralha - mas se calhar deve ser alguma coisa que se me está a escapar - é que se vá aumentar quem ganha entre 485 e 514 euros e se baixe a quem ganha 676!!!!! Isto no sector público, claro.

      Quanto aos privados é tudo conversa fiada. Então se as associações patronais estão todas de acordo em aumentar o SMN por que raio não trataram já de aumentar os seus "colaboradores"? Quem os impede?

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  3. :) Gostei da Abordagem do tema!

    E pelo que tem conhecimento que a maioria dos trabalhadores - Assistentes Operacionais - auferem 487 Euros, estes nunca foram contabilizados como pessoas a receberem o salário mínimo na Administração Pública! Aliás, a DGAEP , nem partilha esses dados nos Boletins Estatísticos Trimestrais ou Semestrais!

    É vergonhoso sim senhora, nós com 675 Euros com cortes... e nem comento o resto!

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  4. Esqueci referir que no privado, só ganham 485 Euros de treta muita gente! Isso é o que é enviado para a Segurança Social, para pagarem o menos possível de imposto a Entidade Patronal! Porque recebe o restante por baixo! Sei do que falo!

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