sábado, 21 de dezembro de 2013

Por mim desconfio disso do principio da confiança ou lá o que é...

Só os mais ingénuos - ou completamente desatentos a estas coisas da politica - podiam imaginar uma posição diferente do Tribunal Constitucional acerca da tal “convergência” das pensões. Da redução das ditas, no fundo. Isto porque estamos a viver uma paranóia colectiva, derivada de muitos reformados ocuparem lugares chave na sociedade, que impossibilita a chamada a um vastíssimo leque de reformados ricos – a começar pelo Aníbal - ao clube dos sacrificados em nome da crise. É inconstitucional, diz. Trai, garantem, o principio da confiança. Seja lá isso o que for.
Dentro dos limites da Constituição estão, ao invés, os sacrifícios a que são sujeitos os trabalhadores pobres. O fim do abono de família resultou, por exemplo, uma perda superior a sessenta euros mensais em ordenados quinze vezes mais pequenos do que a reforma do Presidente da República. Ou três vezes inferiores à pensão da esmagadora maioria dos professores aposentados. Mas disso ninguém questionou a constitucionalidade. Já devíamos desconfiar que isso de educar os filhos é muito menos importante que os cruzeiros...
Curioso será saber o que dirão os homens de negro quanto à redução salarial que se prevê para o próximo ano. Desconfio que vai passar sem grandes sobressaltos. Afinal o dinheiro tem de aparecer de algum lado. É nisso que a malta confia. Tal como eu confiava em muita coisa quando, já lá vão trinta e três anos, assinei um termo de posse ao qual o principio da confiança se não tem aplicado. Deve ser para garantir as pensões daqueles que, na mesma altura e apenas ligeiramente mais velhos, estavam a assinar idêntico papel na tropa, na GNR, no Ministério da Educação ou noutro sitio igualmente lixado onde o pessoal se reforma aos cinquenta e poucos. 

2 comentários:

  1. Concordo plenamente e digo mais: quantos deputados e ou políticos têm uma reforma só por terem estado no estado? Pois...a teta é grande só para alguns...mas quem paga são sempre os mesmos.

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    1. Da parte do governo também não há grande vontade de mexer nas mordomias desses reformados. Já que o TC não deixa de outra forma, acima de certo valor aplicava-se uma taxa de irs de 95% e já era constitucional. Para todos e não apenas para os da CGA.

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