quarta-feira, 24 de abril de 2013

Não há dinheiro, não há pópó...


Lamentava-se hoje um presidente de junta de não poder assegurar o transporte – para a escola, presumo - a umas quantas crianças da sua freguesia. Estava visivelmente triste, o senhor. Acrescentava, agastado com a situação, que as criancinhas não têm culpa nenhuma e que coisas destas não se fazem. Tudo culpa da politiquice pré-eleitoral, quase que sugeria.
Estive prestes a solidarizar-me com o autarca. As ideias para um post, a desancar nos patifes que obrigam os fedelhos a andar a pé, começavam já a fervilhar quando chegou a segunda parte da noticia. Não havia transporte porque um credor mais impaciente tratou de penhorar as carrinhas da junta para garantir o pagamento do que lhe será devido e que a autarquia, alegadamente, não terá pago. Foi por essa altura que a minha solidariedade mudou de campo. Passou, definitivamente, para o lado do credor. Os lamentos do homem afinal mais não eram do que lágrimas de crocodilo e as suas queixas apenas desculpas de mau pagador.
Acredito que apenas o desconhecimento, o deixa-andar que ainda caracteriza grande parte dos empresários ou o medo de perder futuros negócios, estará a fazer com que as autarquias não estejam já paralisadas por terem grande parte dos seus bens alvo da penhora dos credores. E também, convém não esquecer, por o governo revelar uma incapacidade confrangedora em aplicar as medidas previstas no memorando com a troika para o sector da justiça.


1 comentário:

  1. As crianças continuam a não ser culpadas, os pais e encarregados de educação é que deviam barafustar com esse autarca que, tal como muitos outros, fez um contrato que não podia honrar. Haja paciência!...

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