terça-feira, 16 de outubro de 2012

Desnorteados



É opinião – uma evidência, diria - mais ou menos unânime que o governo está numa situação de absoluto desnorte. O mesmo, ainda que tal apreciação não recolha idêntica unanimidade, se passa com os restantes portugueses que não integram o restrito grupo de ministros, nem o assim não tão restrito grupo de adjuntos, assessores e outros pingentes que rodeiam os governantes. Está tudo desnorteado.
Ainda me recordo do tempo em que, para muitos daqueles que hoje protestam, cortar salários era uma coisa aceitável. Roubar dois ordenados por ano não era algo assim tão mau nem, para os refilões de agora, constituía motivo para protestos. Tenho também uma vaga ideia do assalto aos bolsos de centenas de milhar de portugueses não suscitar grandes preocupações quanto aos efeitos perversos e devastadores que isso teria na economia. Não foram poucos – provavelmente até alguns do que hoje reclamam – os que tentaram fazer-me ver que aquelas eram as medidas certas e que eu estava redondamente enganado.
Tenho, pelo atrás escrito, todo o à-vontade para recordar a esta malta que não há dinheiro. Por mais que se manifestem, atirem pedras, partam coisas ou mostrem as mamocas. Pena que não tenham feito o mesmo antes. Já não digo há um ano atrás, quando estas coisas apenas atingiam uns quantos malandros. Nem, sequer, desde há dez ou quinze anos quando políticos de toda a espécie esturraram o dinheiro que, então, já não havia. Podiam, pelo menos, ir fazer idêntica chinfrineira junto daqueles que todos os dias anunciam novas obras – megalómanas e de utilidade duvidosa, quase sempre - com o dinheiro que não há.  E com gajas nuas, de preferência.

4 comentários:

  1. Não ha dinheiro lá, nem cá

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  2. Concordo contigo porque te compreendo, realmente o país está num desnorte completo mas sabes a minha posição quer ao funcionalismo público quer ao privado e claro que mostrei sempre o meu desacordo com o assalto que referes, embora na FP sempre houve e há mais regalias que no privado, que na FP o trabalho era para se ir fazendo ao invés no privado que era e é sempre para "ontem". Que havia funcionários mal utilizados e em locais a abarrotar quando faziam falta noutros lugares. Que muitas vezes na FP iam beber um café (que não me oponho) mas por vezes ou muitas o mesmo devia ter espinhas, o que no privado...ai de ti que deixasses e deixes clientes pendurados no balcão.

    Equidade SIM em termos fiscais...mas também nas regalias e tu melhor do que eu sabes bem que alimentaram "benefícios aos F Públicos", a todos os níveis que quase que equivalia a dois ordenados e em muitos casos a três e que sempre ganharam mais que no privado. Certo?

    Ainda hoje quando me dão uma dúzia de ovos (o que acho uma regalia) - 1,00€ e digo sempre - obrigado e penso este mês tive um aumento na minha reforma de 1 euro:)

    Manifestei-me SEMPRE em sede própria contra as obras faraónicas como as do Euro2044, Expo, etc. etc....mas não posso manifestar contra obras que desconheço e ou fora do meu Concelho.

    Agora é esta mega fraude na Segurança Social/Centro Nacional de Pensões, mais um a juntar aos Pandur, submarinos, BPN e já nem sei mais o quê e todos, mas todos ou quase todos são do Estado. Com estes casos de forma alguma ponho todos os FP no mesmo pacote...

    mas não me digas que...numa secção de 30/40/50 não há quem fiscalize ou desconfie do quer que seja que esteja de errado?

    Quanto ao que aconteceu ontem que só vi as imagens aqui na net..."os infiltrados e ou gajas e gajos nuos o que pretendiam? 15 minutos televisivos após resmas de cervejolas e ou droga! E não há dinheiro...fará se houvesse.

    Não sei se me fiz entender...

    e fugindo às guerras entre FP e privados que abomino...tens um exemplo flagrante:

    que fizeste tu quando te deparaste com o que mostra a tua foto no post anterior? Pois é...

    isso é um grão de areia ao vento...mas se tratarmos de muitos e muitos "grão de areia" ao longo da nossa vida...teremos um areal saudável e harmonioso.

    Certo?

    Uma beijoca e desculpa a extensão e diz da tua justiça:)

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  3. Fatily

    O país é uma casa gigantesca onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.

    Não há dinheiro. Ainda assim queremos, enquanto povo, continuar a fazer a mesma vidinha de rico. E é contra isto que me insurjo nos meus posts.

    Obrigado pelos comentários e peço desculpa por raramente responder. É, reconheço, falta de educação. Mas essa é, também, uma imagem de marca deste blogue..

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  4. Alto e para o baile...eu não faço parte do povo que quer fazer vida de rico (até porque nunca a fiz) e na volta nem tu...portanto posso zancar à vontade e que vão procurar os prevaricadores, que retirem tudo o que têm, revertam em euros e verás o baixar da factura:):):)

    Não responderes é "falta de educação"? oh minha santainha me valha...isso vem da TROIKA ou está além dela?

    Tem juízo pá não vás por aí:)

    Beijos sorridentes

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