quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Há reformas e reformas...



Tenho o maior respeito pelos reformados. Até porque, se outro motivo não houvesse, um dia destes – espero - serei um deles. Isso não me impede de ficar com os nervos à flor da pele e com vontade de chamar nomes feios, até esgotar o repertório, quando ouço a generalidade dos opinadores defenderem as pensões de reforma como intocáveis perante os cortes de rendimento a que a generalidade dos portugueses têm vindo a ser alvo.
Naturalmente que pensões miseráveis, a maioria abaixo do salário mínimo, devem ser protegidas. Era mesmo o que mais faltava que assim não fosse. Agora tratar todas os pensionistas por igual, excluindo-os aos sacrifícios que nos estão a ser impostos tal como defendeu, entre outros, Manuela Ferreira Leite, é uma aberração tão grande como cortar aos que recebem menos. É, pelo menos para mim, difícil de entender que quem ganha mil e cem euros seja espoliado de 14% do vencimento e se defenda que quem tem uma reforma de dois, três ou cinco mil euros deve continuar igual passando incólume por esta crise.
Talvez, digo eu assim de repente, estejamos antes perante uma reacção corporativa e de defensa de interesses pessoais. Se analisarmos com atenção os diversos painéis de comentadores que enxameiam as televisões, encontraremos com facilidade uma legião de ex-políticos que auferem chorudas pensões do Estado. Uma espécie de prémio por terem contribuído para arruinar o país. Não me surpreende, portanto, que falem assim. Escusam é, apesar de já não estarem no activo, de continuar a querer fazer de nós parvos.

2 comentários:

  1. Sou das que em tempos assinou um contrato com o Estado português. Este sempre me retirou do vencimento os impostos que bem entendeu e eu sp achei que assim devia ser, nada ficando a dever ao fisco durante a minha carreira contributiva. Agora o Estado vem-me dizer que esse contrato foi unilateral e não tem de cumprir a sua parte, roubando-me 2 subsídios e preparando-se para me roubar mais ainda na pensão de reforma. Nesta altura em que os animais falam, aqueles que sempre viveram de tachos, vêm agora dizer-me que perdi os direitos (sim, porque os deveres cumpri-os e continuo!). Esses animais que falam, sao os desgraçadinhos que nao cortam nos salários, nos subsídios nem nas mordomias.
    Professora aposentada, faço (fiz!) parte da classe "merdia". Hoje...sou descartável, qt mais depressa morrer, mais lucro dou ao estado, assim como tds os outros aposentados, doentes e nao investidores em PPPs ou SAs....

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