quarta-feira, 18 de julho de 2012

Eles fecham tudo


Encerrar serviços públicos no interior do país constitui, quase sempre, um disparate. É daqueles actos de gestão do mais irracional que há quando em causa estão hospitais ou outras unidades de saúde. Tem sido, no entanto, essa a politica seguida por inúmeros governos que, desde há dezenas de anos, têm vindo a encerrar praticamente tudo o que representa o Estado e se situa a mais de cem quilómetros da costa.
Neste contexto não causa especial estranheza a noticia do provável encerramento da urgência básica de Estremoz. Nem de nenhuma outra da dúzia e meia que, ao que parece, terão o mesmo destino. O que se pretende é fácil de perceber e faz parte de uma clara estratégia de investimento na morte dos portugueses. Serão, num futuro próximo, menos despesas com internamentos, transporte de doentes, tratamentos, comparticipações nos medicamentos, baixas médicas, reformas e tudo o mais que se relacione com saúde ou assistência à terceira idade. Não tenho a menor dúvida que o governo – no sentido lato do termo, porque incluo o que passou, o que lá está e o próximo – conseguirá o feito histórico de fazer cair drasticamente a esperança média de vida em Portugal.
Admito que em muitas localidades, nomeadamente aquelas de onde os serviços de saúde vão desaparecendo, irão surgir novos negócios relacionados com esta área. Provavelmente alguns até farão atendimento permanente ou uma espécie de urgência do tipo primeiros socorros. Para quem os possa pagar, está-se mesmo a ver. Porque os outros não fazem cá falta nenhuma. São – somos – um fardo de que os filhos de uma aleivosa que nos governam se querem livrar o mais rapidamente possível.

3 comentários:

  1. Já a Ferreira Leite assim falava!
    O Interior está a fervilhar de transportes públicos, por isso uma distância de 40 Km faz- se num abrir e fechar de olhos! é só escolher entre o "metro, autocarro, combóio", etc. e como nenhum tem como destino o Interior, vamos esperar até morrer. Cambada!!!

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  2. é uma falta de respeito. é condenar a cidade ao vazio.

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  3. Subscrevo inteiramente e ponho-me do lado de ti e de todos os indignados e não sei se esta "proposta" irá em frente, porque a meu ver este governo está como os anteriores: lançam a bomba, vêm a reacção do povo e depois aprovam ou não...com a única preocupação de ficarem bem na fotografia.

    No dia em que estiverem nas suas terras, ou de férias...e lhes der a travadinha ou a algum familiar seu...e chegarem tarde demais...talvez aprendam. Podes crer e se olharmos para trás...muitos já pagaram a factura das merdas que aprontaram!

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